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Data:
06/09/2005


Imprensa
 
   
 

Izabel Padovani arrasa na primeira semifinal

Na primeira semifinal do 8º Prêmio Visa de Música Brasileira - Edição Vocal, realizada no domingo, no Sesc Vila Mariana, o público estava generoso. Não faltou ovação para os três candidatos a uma das cinco vagas da final da premiação: o quinteto Vocalise e as cantoras Ana Cascardo e Izabel Padovani. Mas a reação excessivamente estusiasmada ao fim da apresentação da meio-soprano Izabel Padovani deixou evidente sobre quem a preferência da platéia havia recaído.

Antes de Izabel, natural de Campinas,subir ao palco,o grupo carioca Vocalise, primeiro concorrente da noite, havia feito uma apresentação correta, mas sem ousadias. O quinteto, formado pelo naipe feminino Beth Dau e Fabíola Farias e pelo naipe masculino Ivan Azevedo, Márcio Monteiro e Marcus Aurélius, confirmou sintonia e chegou a animar a platéia, optando por um repertório um tanto quanto comportado.

O grupo utilizou alguma versatilidade e jogo de vozes em um medley à la Djavan, com Capim e Fato Consumado, Choro Bandido (Edu Lobo e Chico Buarque), Chá de Panela (Guinga e Aldir Blanc) e Um Canto de Trabalho (Nelson Ângelo e Cacaso), mas pairou a sensação de que "poderia ter sido melhor." Eles deixaram o palco criando um clima propenso para outro candidato mais ousado se destacar.

A cantora mineira Ana Cascardo, que veio na seqüência, soube aproveitar a oportunidade e surpreendeu com uma boa apresentação,bem mais solta e empolgante em comparação à fase anterior, a das eliminatórias. Naquela ocasião, ela já exibia boa técnica vocal em canções como Choro pro Zé (de Guinga e Aldir Blanc) e Doce de Coco (de Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho), mas pecou por interpretações frias, sem sentimentos.

A escolha de seu repertório para a semifinal trouxe surpresas, por assim dizer,com as canções Luzes, de Paulo Leminski, e Valsa para Helena Kolody, de autores pouco conhecidos (Gerson Bientinez e Etel Frota), às quais deu um tom cool na interpretação. A música Com Açúcar, com Afeto, de Chico Buarque, ganhou roupagem de samba nos arranjos criados pelo pianista Fábio Rodrigo Cardoso. Ana escolheu também uma de Djavan, Romance, com música incidental do próprio.

Grande destaque desta primeira edição, até Izabel Padovani assumir os holofotes. Acompanhada por um excelente grupo de músicos, formado por clarinete, baixo, violoncelo e piano, Izabel tirou o fôlego, já de primeira, coma singela marcha de Braguinha Mimi, seguida por duas canções de Chico Buarque, Permuta dos Santos (esta em parceria com Edu Lobo) e Eu te Amo. A essa altura, a voz forte e a irretocável presença de palco da cantora, meio teatral, meio sentimental, induziram alguns menos contidos na platéia a aplaudir em sua performance de pé, antes mesmo do fim de sua apresentação.

Ela emendou Um a Zero, uma pérola de Pixinguinha, Benedito Lacerda e Nelson Angelo. Pelo repertório selecionado por Izabel, a cantora acabou demonstrando que é dada a pesquisar coisas da música brasileira. Exibiu uma técnica vocal digna de uma meio-soprano, que arrancou comentários elogiosos de quem a assistiu.

Na platéia, encontrava-se também o corpo de jurado, formado pelo pianista, regente, arranjador e compositor Nelson Ayres, o músico Arrigo Barnabé, a cantora e compositora Jane Duboc, o maestro Lutero Rodrigues, o instrumentista Roberto Sion, além de mais duas novas integrantes: as cantoras Zélia Duncan e Mônica Salmaso, vencedora da 2ª edição do Prêmio Visa, em 1999. As duas permanecerão no júri até a final do prêmio, no dia 19 de outubro, no Tom Brasil Nações Unidas.

Após a apresentação dos candidatos da noite, os jurados conversaram a portas fechadas. Enquanto isso, o público conferiu os shows primorosos do jovem bandolinista Danilo Brito e os violonistas do Duofel, todos eles participantes de outras edições do Prêmio Visa. Com seu time de instrumentistas a tiracolo, Danilo Brito garantiu bom momento instrumental executando composições de Waldir Azevedo e Ary Barroso. Já a dupla do Duofel mostrou músicas suas e de contemporâneos fazendo o diabo em seus violões.

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Última atualização em 20 de janeiro de 2010